Dermatoses Ocupacionais

 É considerada dermatose ocupacional toda alteração das mucosas, pele e seus anexos que seja direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de trabalho (ALI, 2001).

Existem dois grandes grupos de fatores que podem ser enumerados como condicionadores de dermatoses ocupacionais, podendo ser: causas diretas e causas indiretas ou fatores predisponentes.

Esses fatores são constituídos por agentes biológicos, físicos, químicos, existentes no meio ambiente e que atuam diretamente sobre o tegumento, quer causando, quer agravando dermatose preexistente. Os agentes biológicos mais comuns são: bactérias, fungos, leveduras, vírus e insetos. Os agentes físicos os principais são: radiações não-ionizantes, calor, frio, eletricidade (ALI, 2001).

Causas diretas: agentes biológicos, físicos e químicos. Esses fatores podem causar dermatoses ocupacionais ou funcionar como desencadeantes concorrentes ou agravantes. Causas indiretas ou fatores predisponentes: podem ser representado pelo: clima, condição de trabalho, etnia etc.

Diante dessa temática a medida de prevenção se constituiu um mecanismo extremamente importante e adequado para se proteger, onde o trabalhador que atua direta ou indiretamente com os agentes causadores desse agravo devem estar munidos dos equipamentos de Proteção Individual - EPI como: botas, gorro, máscara, avental e luvas, roupas especiais, como também as boas práticas da higiene pessoal.

Em Pernambuco no período de 2010 a 2020 foram notificados no Sistema de Notificação e Agravos – Sinan 46 casos de dermatoses ocupacionais, dados que revelam uma situação irreal, quando observado o cenário atual dos trabalhadores que atuam nas diversas áreas de risco para esse agravo. Dente essas áreas, pode-se citar: Trabalhadores da construção civil, Agricultores, Pescadores, Auxiliar de Serviços Gerais, entre outros.

Os trabalhadores da construção civil, setor que representa um percentual importante no estado de Pernambuco, manuseiam diretamente o cimento, e que segundo  (ONUBA; ESSIET, 1986),  atua como um abrasivo, alcalino e altamente higroscópico, produz, quando em condições especiais de contato com a pele, ulcerações rasas e profunda, entre outras.

Dermatose Ocupacional ocasionada por contato com cimento. Fonte:https://ehsseguranca.com.br/dermatose-ocupacional/

Percebe-se então, que esses números não demonstram a realidade atual desse agravo, e, assim, apontam a necessidade de um olhar diferenciado para esta problemática, ciente de que a melhora no conhecimento das Dermatoses Ocupacionais pode favorecer a construção de estratégias que favoreçam a criação de políticas públicas que reduzam a incidência desse agravo.

 

REFERÊNCIAS

ALI, S. A. Dermatoses ocupacionais. In: MENDES, R. (Ed.). Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995. p. 139-172.

ONUBA, O. ESSIET, A. Cement burns of the heels. Contact Dermatitis, [S. l.], v. 14, p. 325-326, 1986.

Ali. S. A. Dermatoses ocupacionais / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de ações programáticas estratégicas. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos - Saúde do Trabalhador).