No dia
internacional da mulher, data marcada historicamente por greves e mobilizações
das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, a Vigilância em Saúde
do Trabalhador trás reflexões sobre as condições de vida e trabalho das mulheres no Brasil.
Mulheres
trabalhadoras
As mulheres
deixaram os espaços domésticos, onde foram histórica e sistematicamente
colocadas e mantidas por longo tempo e conquistaram os mais variados espaços
da nossa sociedade dita moderna. Não raro, as mulheres cumprem jornadas de
trabalho que contemplam o trabalho doméstico (incluindo o cuidado físico e
emocional com os filhos), o exercício profissional e, muitas vezes,
investimentos pessoais que somados se traduzem em jornadas duplas ou triplas de
trabalho. Essas jornadas representam sobrecarga física e emocional que podem
refletir na saúde da mulher trabalhadora.
O trabalho
infelizmente ainda é organizado por gênero em diferentes sociedades e o papel
masculino é visto muitas vezes como uma “contribuição” no que diz respeito às
atividades domésticas e criação dos filhos. Há grande desigualdade sexual com
prejuízos para as mulheres, tanto em relação à sobrecarga do trabalho diário, quanto
à desvalorização em termos monetários e qualitativos das ocupações exercidas
por elas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que
as mulheres ganharam 20,5% a menos em relação aos homens no ano de 2018. A
pesquisa revela ainda que houve igualdade nos rendimentos apenas para as
trabalhadoras integrantes das forças armadas, policiais, bombeiros e militares.
A diferença mais significativa foi em relação às profissionais da ciência e
intelectuais, cujos rendimentos representaram 64,8% em relação ao sexo
masculino.
A violência é
uma faceta da desigualdade estrutural a que as mulheres foram submetidas. Essa
é outra importante questão que exige grande mudança de consciência por parte da
sociedade de maneira geral em relação ao direito de existir de cada indivíduo,
a despeito de gênero ou sexo. De acordo com o Núcleo de Violência da USP e o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de homicídios de mulheres em
2018 teve um pequeno declínio (6,7%) em relação ao no anterior, com 4.254 e
4.588 casos respectivamente. O número de feminicídios (crime motivado pela
condição de gênero) aumentou, com um total de 1.173 casos em 2018 e 1.047 em
2017.
Os problemas
enfrentados ao longo da história do trabalho feminino desde a revolução
industrial foram muitos, passando pela opressão, violência e discriminação. As
lutas e conquistas também foram muitas e significativas ao longo do tempo até
hoje. É preciso reconhecer a importância da figura feminina na evolução social,
cultural e econômica do nosso ou de qualquer país. O caminho ainda é de luta
por igualdade, que, pelo o quê temos visto na história, será conquistada com a
força, dedicação e doçura que as mulheres carregam!
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