8 de mar. de 2019

Mulheres trabalhadoras

No dia internacional da mulher, data marcada historicamente por greves e mobilizações das mulheres por melhores condições de vida e trabalho, a Vigilância em Saúde do Trabalhador trás reflexões sobre as condições de vida e trabalho das mulheres no Brasil.






Mulheres trabalhadoras

As mulheres deixaram os espaços domésticos, onde foram histórica e sistematicamente colocadas e mantidas por longo tempo e conquistaram os mais variados espaços da nossa sociedade dita moderna. Não raro, as mulheres cumprem jornadas de trabalho que contemplam o trabalho doméstico (incluindo o cuidado físico e emocional com os filhos), o exercício profissional e, muitas vezes, investimentos pessoais que somados se traduzem em jornadas duplas ou triplas de trabalho. Essas jornadas representam sobrecarga física e emocional que podem refletir na saúde da mulher trabalhadora. 
O trabalho infelizmente ainda é organizado por gênero em diferentes sociedades e o papel masculino é visto muitas vezes como uma “contribuição” no que diz respeito às atividades domésticas e criação dos filhos. Há grande desigualdade sexual com prejuízos para as mulheres, tanto em relação à sobrecarga do trabalho diário, quanto à desvalorização em termos monetários e qualitativos das ocupações exercidas por elas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as mulheres ganharam 20,5% a menos em relação aos homens no ano de 2018. A pesquisa revela ainda que houve igualdade nos rendimentos apenas para as trabalhadoras integrantes das forças armadas, policiais, bombeiros e militares. A diferença mais significativa foi em relação às profissionais da ciência e intelectuais, cujos rendimentos representaram 64,8% em relação ao sexo masculino.  
A violência é uma faceta da desigualdade estrutural a que as mulheres foram submetidas. Essa é outra importante questão que exige grande mudança de consciência por parte da sociedade de maneira geral em relação ao direito de existir de cada indivíduo, a despeito de gênero ou sexo. De acordo com o Núcleo de Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de homicídios de mulheres em 2018 teve um pequeno declínio (6,7%) em relação ao no anterior, com 4.254 e 4.588 casos respectivamente. O número de feminicídios (crime motivado pela condição de gênero) aumentou, com um total de 1.173 casos em 2018 e 1.047 em 2017.
Os problemas enfrentados ao longo da história do trabalho feminino desde a revolução industrial foram muitos, passando pela opressão, violência e discriminação. As lutas e conquistas também foram muitas e significativas ao longo do tempo até hoje. É preciso reconhecer a importância da figura feminina na evolução social, cultural e econômica do nosso ou de qualquer país. O caminho ainda é de luta por igualdade, que, pelo o quê temos visto na história, será conquistada com a força, dedicação e doçura que as mulheres carregam!

Natallyanea Bezerra, estudante de graduação de Medicina Veterinária e estagiária do CEREST Estadual PE.

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